14 de agosto de 2013

Batendo um papo com: Rafael ou Rafu.

Há um tempo criei duas tags aqui no blog o "papo cabeça" e "batendo um papo". A ideia é trocar experiências, ideias e aprender sobre diversos assuntos com outras pessoas.

O escolhido da vez tem uma participação e tanto na minha vida, quando comecei a gostar de moda, eu sempre segui algumas de suas dicas, li o blog em que ele era o dono e certa vez até montou um look pra eu usar no improviso, é eu não esqueço disso nunca! 

Então desde que criei a tag aqui no blog tive em pensamento de chamá-lo pra bater um papo sobre sua vida, carreira profissional, tudo aquilo que a gente gosta e quer saber. Enquanto não fazemos vídeos batendo papo, vamos acompanhando as rapidinhas escritas aqui mesmo. Que por sinal continua sendo feita com muito amor. Tá grande, mas tá tão gostoso de ler. O escolhido da vez, vocês acompanham agora, pra já. E eu amei tê-lo aqui. 


BNP: Nome completo, idade, de onde é e ocupação?
Yay. Sou o Rafael (Rafu) Cavalcanti, tenho 19 anos, sou de Duque de Caxias e hoje, sou diretor criativo em uma empresa de tecidos.

BNP: Rafael ou Rafu!? Reparei que já trabalhou em algumas áreas do ramo da Moda, a partir de quando que você começou a se interessar e a fazer parte do mundo da moda?
Alguns amigos me chamam de Rafu, mas outros odeiam meu apelido e só me chamam de Rafael, fica a critério de como queira me chamar, até porque, gosto das duas maneiras. Então; acho que sempre houve um certo tipo de interesse. Nunca decidi que um dia eu curtiria moda e começaria a estudar isso. A coisa foi acontecendo, eu fui tomando gosto com o tempo, até minha decisão final de me especializar no ramo. Entrei na faculdade de moda com 16 anos, mas acabei trancando no último ano da faculdade, nesse início de 2013.

BNP: Como você define seu estilo? Tem algum estilo que predomina mais seu gosto? Que você se inspira?
Eu não tenho uma definição, mas tenho uma definição. É que uso vários elementos de estilos diferentes tentando criar o meu. Então acho que tenho todos os estilos presente em um estilo que faço ser só do Rafu, é um pouco difícil de entender até pra mim, ~]çds~]açads~]. Mas se eu fosse citar algum estilo que eu me inspire bastante, é o retrô/alternativo. Gosto dessa pegada de tons terrosos misturado com jeans, elementos vintages e calçados/acessórios com carinha de antiguidade, isso tudo é bem a minha personalidade. E ah, eu acabo me inspirando em tudo que vejo. Sou muito observador, então reparo desde o look de alguém até a maneira em como a pessoa amarrou o cadarço do tênis. Sou meio chato com esse lande de reparar, gosto de observar bastante primeiro pra ver se gosto de alguma coisa ou não. E gostando, tento adicionar no meu lifestyle.



BNP: Falando em inspiração, quem é que mais te inspira aqui no Brasil? e lá fora?
No Brasil, e isso é muito sério, são meus amigos. Claro que tenho algumas referências nacionais, mas eu me inspiro muito no Rio de Janeiro, nas pessoas que andam pelas ruas e no que meus amigos andam curtindo e compartilhando comigo. Lá de fora, eu sou fãnzaço do Prince Pelayo, um blogueiro da Espanha, do Riccardo Tisci e do Jeremy Scott, um estilista italiano e um americano e do Kanye West, rapper.

BNP: E quanto ao gosto musical, o que mais você tem ouvido por ai? Conta pra gente.
Eu tô em uma vibe hip hop alternativa total. Mas acho que é pela influência da dança. Sou bailarino de danças urbanas, então tenho ganho gosto por esse segmento musical. Fora isso, eu escuto muito folk, indie e a nova MPB. Desses estilos, meus preferidos são James Vincent McMorrow, Jose Gonzalez, Florence and the Machine, Daughter, Cícero e Filipe Catto. Além de Brooke Fraser, única cantora cristã que eu sou fissurado.

BNP: Teve alguma influência para escolher a moda como carreira profissional?
Meus pais, sem sombra de dúvidas. Minha mãe sempre trabalhou no ramo, é uma modelista de mão cheia, e meu pai já precisou trabalhar com isso também num momento da vida dele. Sempre observei os dois e sempre tive gosto por tecidos, estampas e principalmente por tendências. Nunca gostei da parte de criação/estilismo, que era a parte que meus pais lidavam diretamente, mas conviver diariamente com essa rotina, eu acho, me fez curtir ainda mais o que eu já gostava.



BNP: Na hora das compras, vale comprar em qualquer loja desde que goste ? ou você selecione bem e tem uma preferida?
QUALQUER LUGAR. QUAL-QUER LU-GAR. Q-U-A-L-Q-U-E-R L-U-G-A-R se torna incrível quando se sabe comprar. Já entrei em brechó de um cômodo de 15m² com mais de 2.000 peças jogadas no chão e saí de lá com peças que uso até hoje. Assim como já entrei em loja fulera de calçados pra comprar um pelo qual me apaixonei fuxicando a loja (e sim, eu entro em qualquer loja, mesmo as mais baratas, porque sempre encontro algo). Claro que a preferência de todo mundo são as populares, até porque, a qualidade parece ser bem melhor. Mas sabendo comprar, qualquer lugar serve.

BNP: O que acha das loja de departamento? Acha que elas cresceram de um tempo pra cá? Ou ainda falta muita coisa?
Evoluíram, isso é claro. Tá muito explícito que a Europa é o it desejo de toda pessoa que acompanha a moda no Brasil, então as lojas de departamento só compreenderam esse raciocínio e começaram a copiar (ou trazer de lá) pra cá. Falta evoluir muito? Sim. Mas já me sinto satisfeito em achar, por exemplo, um bowler hat na C&A. Coisa que há 2 anos atrás, nunca aconteceria. Isso também aconteceu pelas marcas que invadiram o Brasil né? Zara taí, bombando na Barra e amigos meus de São Paulo não saem mais da Topman que inaugurou lá. A concorrência aumenta, as lojas ficam desesperadas e quem ganha é a gente. Ainda bem.

BNP: Costuma avaliar preços? ou pra você a moda é cara mesmo? E se compra peças baratas, vale a pena? E vale a pena pagar caro numa peça de grife?
Sou do tipo que não vejo preço, vejo peça. Se vejo uma blusa que quero muito por 10 reais em uma loja desconhecida, compro; se for 200 reais em uma conhecida, compro também. Mas na maioria das vezes tento achar algo muito parecido ou inspired em loja baratinha na internet, sai mais em conta e sobra mais dinheiro pra comprar mais roupa, ]~daçads~]dçd~]dças. E sim, vale a pena pagar caro em loja de grife. Se a roupa for de qualidade e legal aos olhos, por quê não? Assim como também vale a pena comprar em lojinha de feira. Tenho roupa de feira/bazar que usei muito e nem dá sinal de desgaste como já tive roupa de marca que ficou ruim em 1 ano, ou menos.

BNP: Ok, você gosta de moda, mas tem uma parte que gosta mais? Como na hora de exercitar a criatividade, de desenhar, de montar look?
Eu sou apaixonado por street style. Passo horas entrando em vários sites e salvando um monte de referência. A parte que eu mais curto é a maneira que a moda define quem você é, ou te ajuda em momentos de baixa estima, etc. Pode soar um pouco humano demais, mas a moda é um meio de comunicação incrível. É uma arte, e fica bem mais legal porque é uma arte que você mesmo pode usar.



BNP: Quando foi o seu primeiro contato com a moda no fashion rio? e como conseguiu?
Meu primeiro contato foi quando eu fui cobrir street style masculino pra um jornalista do Canal Gnt. Existia um grupo de moda com vários entendedores, amantes e simpatizantes do assunto, o Caio (o jornalista) publicou que precisava de alguém pra escrever no site dele e eu me candidatei. No outro dia ele me chamou pra ir ao apartamento já pra começar os projetos e em 1 mês eu tava no Fashion Rio fotografando.

BNP: Por um bom tempo fizeste parte do time do Pouco Brega, como surgiu? foi criado por quem? como entrou? e o que vocês desenvolviam com finalidade no blog? Quem fazia parte do time junto com você?
O Pouco Brega surgiu assim que eu comecei a faculdade e era um lugar apenas pra falar dos meus trabalhos acadêmicos. Depois fui adicionando alguns amigos nele e ele virou um blog de comportamento, fotografia, moda e lifestyle. Nossa ideia era pregar a "breguice", um dos termos que ganhávamos quando saíamos de casa pra todo mundo, era tipo um "não tenha medo da moda, use ela ao seu favor". E era principalmente pregada pra quem mora longe dos grandes centros e capitais do Brasil, como eu. O time começou comigo, logo depois entrou o Pedro e a Thaís e no fim terminou comigo, Elisane e Flávia. Os últimos meses foram os mais legais porque desenvolvemos muita coisa, conhecemos muita gente e fixamos várias parcerias (como a Jamie and the Boys e a Romwe). Era super legal a rotina de breguice.



BNP: Mas você postou que o Pouco Brega acabou? ou você saiu dele! E ai o que pretende fazer agora? Vai continuar com blogs? Ou vai focar em algum trabalho mais específico?
Acabou porque o tempo de todo mundo diminuiu. Comecei a trabalhar em tempo integral, Flávia foi promovida, Liz abriu loja e não tinhamos mais tempo pra dedicação massiva no blog. E nós somos do tipo que ou faz um trabalho legal e diferente pros leitores ou nem faça, sabe? Ficamos super triste com o término, mas era preciso. Hoje, hoje mesmo, eu não quero ainda ter nada. Já montei um tumblr com meu nome, limpei a antiga página do PB, mas não quero me ocupar com isso no atual momento, tenho outras metas. Eu não vou conseguir parar de escrever por muito tempo, então tenho 2 projetos em mente, o pouco brega mesmo e o rafu, ambos ligados a moda mas com segmentos diferentes. Vou esperar um tempo pra desenvolver os dois com calma, tranquilidade e anunciar quando estiver tudo prontinho.

BNP: Você se sente totalmente realizado no que trabalha? Acha que dá para trabalhar com Moda no BR?
Eu amo meu trabalho. Mesmo. Tenho liberdade pra pesquisa, eventos e várias outras coisas. E claro, o mercado de moda é muito grande no Brasil e só vem crescendo. Algumas áreas são super restritas, outras nem tanto, mas tentando (as vezes MUITO) dá pra conseguir algo. Mas não pense na faixa salarial não, na maioria das vezes é baixa. Mas quem faz, faz com amor. Certo?

BNP: Pensa em se especializar em alguma área no BR ou no exterior?
Quero me formar, não mais em moda. Então penso em passar pra alguma federal/estadual, concluir o curso, e fazer uma pós ou passar uma temporada fora do país. Mas viver mesmo, é no Rio, claro. Agora, eu foco em jornalismo, marketing e cinema, todos com segmentos em moda. Mas meu principal objetivo é cursar Engenharia Têxtil e ir de vez pro ramo dos tecidos.

BNP: Quando você compõe um look do dia? O que não pode faltar nele?
Acho que não tenho essa regra. Vejo alguma peça principal que preciso usar e vou juntando peças até formar um look. Nunca sei se faltou algo, mas não me preocupo também. Estando bem, posso estar só de jeans, camisa e tênis, está ótimo.

BNP: Quanto ao seu armário, o que é que não pode faltar?
Fácil. Blusa estampada, camisa de botão (pra amarrar na cintura), jeans, short summer e coturno. 

BNP: E de onde vem tanta ousadia para usar aquilo que quase ninguém usa?
Não me acho nada ousado, ~]dçdas~]dçada~]ad. Me acho comum. Tem muita gente bem mais interessante por aí, muita gente mesmo.

E aqui alguns outros looks preferidos do Rafu [e meus também]



Se quiser saber mais do trabalho do Rafu, entre em contato com o próprio pelo facebook ou pelo e-mail rafucavalcanti@gmail.com. 

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