Olá! :)
Para começar esse texto não é meu, mas achei super válido compartilhar com vocês aqui.
Para começar esse texto não é meu, mas achei super válido compartilhar com vocês aqui.
"Os ciumentos habitam em um mundo interno, sempre ameaçados
por um terceiro imaginário que espreita ali na esquina um plano para
"roubar o que é seu". O ciumento sem que perceba está com um cachorro
obcecado pelo osso ao invés de se divertir correndo pelo quintal. Se a hipótese
de um terceiro é o combustível (para briga e desejo) da relação algo está bem
fora de lugar na vida desse casal. Não viverão de modo suave, mas cercados
de certificações e checagens. A ideia antiga de que um pouco de ciúme é saudável
para um relacionamento foi perpetuada para dar aos casais espaço de alimentar
esse tipo de imaginação destrutiva.
A realidade mental que o ciumento constrói é a de alguém que será
invariavelmente deixado de lado. A pessoa ciumenta não compartilha com tranquilidade
da vida do outro, mas vive numa tentativa silenciosa de controlar os seus
passos ao mesmo tempo que quer validação constante do respeito, da
reciprocidade e de um amor sem limites.
Curiosamente, não importa quantas provas de amor que se dê, o ciumento
guardará a desconfiança fundamental de que não pode ser amado com
exclusividade. Em seus delírios mais secretos sempre existe uma terceira pessoa
que irá ser mais interessante, atraente e inteligente que ela. Seu
perfeccionismo que tenta preencher cada espaço emocional sem que haja nenhuma
brecha para dúvida, incerteza ou vulnerabilidade cria a tão conhecida insegurança. Mas a insegurança do ciumento não é
daquela criança perdida no shopping, mas de quem ainda não conseguiu executar
por completo o plano de dominação da alma do parceiro. É a insegurança carrasca
que submete a pessoa amada a expor sua vida como se estivesse totalmente nua e
rendida só para tentar acalmar os ímpetos de quem não se basta na sua
autoestima.
O verdadeiro ciumento nunca perceberá, mas em sua imaturidade
emocional, não deseja a felicidade do outro já que tenta enjaular ao seu lado
todas as possibilidades de realização. Se o parceiro quer se divertir com os
amigos, ser feliz no trabalho, almoçar com a mãe, brincar com o sobrinho ou
sorrir para uma amiga imediatamente sua fúria desmedida vem à tona e castra
aquele momento comum que se torna pauta de intermináveis discussões. O preço de
se viver um amor maduro, autônomo e livre de imposições castradoras é sempre um
grau de impotência, incerteza, ambiguidade e vulnerabilidade. Quatro fantasmas que estamos pouco habituados a encarar e
administrar.
O ciúme, portanto, não é sinal de amor, mas apego, exagero, inveja
e controle sem medidas. Quem dera pudesse se concentrar na qualidade da própria
vida, na fluidez da relação, na generosidade de se ver como um presente para o
mundo. Assim seu parceiro não precisaria ser controlado, mas naturalmente sob a
força de uma presença tão magnética inevitavelmente voltaria com alegria para
se refrescar como faz um beija-flor no bebedouro. O ciúme cria mentalmente o
que mais tenta destruir: o abandono inevitável."
Sim, esse é mais um dos textos do meu blog preferido, sim, eu estou falando do entenda os homens, mas está com algumas
alterações.
O texto original se encontra aqui.
"Em seus delírios mais secretos sempre existe uma terceira pessoa que irá ser mais interessante, atraente e inteligente que ela." Infelizmente, ou não, encontrei-me nesse trecho.
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