Um dia de inverno.

Acordar numa manhã cinzenta e fria sem teu corpo para abraçar é um castigo. Durante horas passei a mão nas cobertas à tua procura e não estavas lá. Carente de teu abraço me consolei em um edredom, mas não é a mesma coisa. Ele não é afável como o seu carinho e delicado como teu abraço cálido de amor.

     Sentei-me próximo à janela para observar a chuva. Cada gota que caia nela e escorria pelo vidro era uma lágrima de saudade minha. Era o pranto celestial por não estarmos juntos. Tentei ler um bom livro à luz cinzenta que mal iluminava o meu quarto. Embora eu lesse páginas e mais páginas seu nome era a única palavra que estava na minha mente.

     Eu estava frio por dentro e novamente procurei refúgio. Desta vez numa enorme caneca de chocolate quente. Ela aquecia minhas mãos, devolvia o vermelho de meus lábios e revigorava meu interior. Porém, seu beijo é mais doce do que tudo e o único capaz de aquecer meu coração. No vapor de meus suspiros vi sua silhueta se elevar mais e mais até evanescer em pleno ar. Assim o dia se passou.

     O céu cinzento tornou-se negro com o anoitecer. Receber uma mensagem sua dizendo “vem me ver” foi o sol que tanto desejei neste dia de inverno.

          Eddy Lune